segunda-feira, 17 de agosto de 2015

ENSOR: O CRIADOR E A CRIATURA

O CRIADOR...



James Ensor (Ostend 1860 – Idem 1949) pintor belga, foi ao longo de toda a sua vida um ser marginal e solitário;  ficou particularmente famoso pelos seus desenhos e pinturas de máscaras e multidões que utilizou como crítica social. As suas obras estão espalhadas por museus europeus e coleções particulares de todo aquele continente. Sua obra-prima, Entrada do Cristo em Bruxelas, datada de 1888, anuncia ao mesmo tempo o fauvismo e o expressionismo, Em seu tempo criou, com outros artistas, os grupos Os Vinte e Arte Contemporânea.

























...E A CRIATURA


























 
A Catedral -1889/1933
Água-Forte sobre papel
da China, colorido a giz.
23,5 X 17,5 cm



quarta-feira, 12 de agosto de 2015

A POESIA ARGELINA DE RACHID BOUDJEDRA



O POEMA...


OS CORVOS

Nas ruas de Argel
Os corvos têm pinta de paraquedistas
Minhas armas pegajosas
Vomitam sobre as paredes brancas.
O Qasba
sangue amarelo
Nos jardins do meu bairro
Almond continua o ódio
O céu está cheio de névoa sórdida
E tem o rosto de um carrasco
Nas vielas de Constantine
As mulheres andam rápido
E suportam nas orelhas
Eletrodos cinzas.

Tradução para o espanhol por Myriam Montoya a partir da tradução francesa de Antoine Moussalli
Tradução do Espanhol por Guilhermo Favaro Pez


...E O POETA

 








Rachid Boudjedra, argelino de Ain-Belda, poeta, novelista, ensaísta, educador, cineasta e roteirista, no convés da fragata desde 1939, é um dos mais renomados  escritores argelinos  da atualidade. Sua obra já foi traduzida para mais de 30 idiomas e sua mais famosa novela “O Repúdio”, de 1972, foi proibida na Argélia por 14 anos. Rachid é um notável defensor dos direitos humanos e por isso já foi perseguido politicamente em seu país. Um escritor criativo revelando  as mazelas e sua visão do mundo através de sua excelente obra literária.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

LAVRA LIBERTINA

Enzo Carlo Barrocco























O mar resvala a língua
sobre a areia,
cio permanente
entres os astros distraídos.

Alvorada e
crepúsculo se alternam
sobre a abóbada dessa alcova
ardente.

A areia em afável entrega,
e o mar com sua lúbrica 
língua salgada
segue em sua lavra libertina.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

PARA NÃO ESQUECER OS TEMPORAIS


Enzo Carlo Barrocco
 


O dia turvo me acomoda a alma
tudo é tão soturno, tão tristonho,
é possível a chuva e hoje ponho
no verso toda a sensatez e toda a calma.

Cai a chuva e o tempo enfadonho
pingo a pingo me ensopando a alma
põe-me à boca a prudência e a calma
por todo o tempo que tenho e disponho.

O tédio irremitente me aquieta
avoluma-se a chuva no telhado
e fico, desse modo, descansado

dentro de mim mesmo, rima e verso,
contudo temporais trago guardados
dentro dos meus olhos sossegados.

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...