Coronel Ludugero, Luiz Queiroga, d. Felomena e Otrópi
Luiz Jacinto Silva, o Coronel Ludugero (Caruaru 1929 – Belém 1970),
cantor, ator e comediante pernambucano, aos dez anos se tornou escoteiro, ao
mesmo tempo que em estudou no Colégio de Caruaru, hoje Colégio Diocesano,
concluindo o curso ginasial. Embora tenha, por algum tempo, ajudado o pai a
confeccionar selas de cavalo, não seguiu nessa empreitada. Luiz foi entregador
de pão, ajudante de pedreiro e carteiro. Serviu o exército em São Bento do Una
e Sirinhaém, cidades pernambucanas e residiu, também, em Palmeira dos Índios, Alagoas.
Quando entrou para a maioridade foi morar em Recife, tendo sido reprovado num
concurso de telegrafista. Foi aí que entrou na vida de Luiz, um xará seu
chamado Luiz Queiroga que criou para ele o personagem Coronel Ludugero. Mas
antes disso Luiz Jacinto já tinha começado a sua vida artística na Rádio
Cultura do Nordeste, na cidade natal dele, Caruaru. No início Luiz Jacinto se apresentava
sozinho como coronel Ludugero, mas, em seguida, conheceu o ator Irandir Peres
Costa, que se apresentava com um personagem chamado Otrópe. No grupo também
ficou famosa a atriz Mercedes Del Prado, interpretando a dona Felomena, esposa
do personagem Coronel Ludugero, que caracteriza a figura dos coronéis
nordestinos, um homem simples, mas que gabava-se de si mesmo. Luiz Jacinto
também levou o personagem junto com grupo todo para a TV Tupi de São Paulo, onde
se apresentava num programa chamado Café Sem Concerto, nos anos 1960. Com uma
voz caracteristicamente nordestina, o coronel Ludugero, que se confundia com o
próprio Luiz Jacinto, gravou músicas que
até hoje são marcas registradas dentro
da música popular nordestina. No dia 14
de março de 1970, Luiz Jacinto, Irandir Costa e toda a equipe sofreram um
acidente aéreo na Baía do Guajará, em Belém. Ele próprio, Irandir e alguns componentes
faleceram no acidente. O corpo de Luiz foi encontrado apenas no dia 30 de
março, sepultado depois em Caruaru, onde foi
criada, na Vila do Forró, a miniatura da casa do Coronel Ludugero e da Véia
Felomena, sendo grande a visitação por turistas. Durante os festejos
juninos desta cidade podem ser vistos personagens caracterizados, desfilando
pelas ruas, relembrando esses artistas. Vale dizer que Luiz Queiroga, o criador
do personagem, na maioria das vezes, era
quem compunha as músicas e criava as
esquetes presentes em alguns dos seus discos. A cultura brasileira deve muito a
Luiz Jacinto e seu personagem Coronel Ludugero que retratou de forma
irreverente e ao mesmo tempo consistente a vida do povo do sertão. Eu, particularmente,
sou fã incondicional desse artista que considero um dos maiores representes da
música brasileira.
Obras:
- CARNAVÁ DO CORONEL LUDUGERO - (Disco em 78 rotações /1961)
- LUDUGERO APOQUENTADO - (Disco em 78 rotações / 1962)
- CUMBUQUE DE LUDUGERO - (Disco em 78 rotações / 1962)
- A INLEIÇÃO DO CORONEL LUDUGERO - (LP Viva São João Vol. 5)
- LUDUGERO MANDA BRASA - (LP gravado em 1967 pela CBS)
- LUDUGERO E SEU JUMENTO - (LP gravado em 1968 pela CBS)
- LUDUGERO CASA UMA FILHA (LP gravado em 1969 pela CBS)
- DESQUITE DE LUDUGERO (LP gravado em 1970 pela CBS)
- MUITA SAUDADE (LP gravado pela CBS em 1971 reunindo sucessos variados)
- DISCURSO FINAL - (Show AO VIVO gravado pela Rádio Gazeta de Alagoas / 1977)
- DIXE BOM (1979 / Gravado depois da morte do Coronel Ludugero e Otrópe reunindo vários sucessos)
- 20 SUPER SUCESSOS - CORONEL LUDUGERO - (1997 - Sony Music)
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