sexta-feira, 7 de março de 2014

UMA SOMBRA ANTE A TARDE

Enzo Carlo Barrocco




















A tua sombra rondava
a  minha tarde;
esguia, inconstante
desaparecia, por vezes,
à passagem das nuvens,
a chuva inesperada,
no intervalo da sesta vesperal.

Eu que me preparava
para uma viagem
desafivelei as malas,
recolhi o bornal
e fiquei atento àqueles movimentos
no discreto beiral
da minha casa.

Contundo uma lua se ergueu
no horizonte
transmudando as paisagens,
perturbando o sossego,
esmorecendo a luminosidade.
Em vista disso esperei, pacientemente,
Que um novo dia apontasse sobre o mar.


quinta-feira, 6 de março de 2014

PÉROLAS DE CARANANDUBA - CANTO Nº 3

Enzo Carlo Barrocco




A MÃO E O PRECIPÍCIO
Que não seja tão difícil
alguém te esticar a mão
quando, sem solução,
estiveres no precipício.

**

AÇUCENA
A luz invade serena
o escuro onde me acho,
que seja a luz desse facho
como flores de açucena.

**

PREMÊNCIA
Por ora estou precisado
de água e oxigênio,
que no verso pressa tenho,
rimado ou não rimado.


**

PRAÇA DO RELÓGIO
Hoje o tempo está parado,
Baía do Guajará,
quilha, mulher, araçá,
relógio desconsertado.

**

O POEMA E A CHUVA
A chuva me faz o dia
muito triste, muito triste,
contudo a paisagem insiste
lembrar-me alguma poesia.

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...