sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

A PEQUENA HISTÓRIA DO HOMEM DEPRESSIVO


Enzo Carlo Barrocco
























À beira-mar,
sobre um íngreme penhasco,
um homem contempla
o horizonte distante;
céu e mar.

Embaixo, as ondas se espraiam
sobre as pedras angulosas.
O sol perfura o dia nublado
e a luz se expande
sobre a paisagem.

Súbito, o homem à borda 
do abismo,
como um paraquedista,
se deixa cair.

Devido os ondas não se ouve 
a pancada;
o sol novamente se esconde
entre a nuvens.  

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

HAI-KAIS - 24ª TRÍADE


Enzo Carlo Barrocco



As flores abertas,
o revoo de alguns insetos
sobre as roseiras.

**
 
A praia deserta,
na bela manhã de agosto –
casebres distantes.

**
 
No cais de arrimo
as embarcações  amarradas;
madrugada e estrelas. 

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

6ª TRÍADE DE MINICONTOS

Enzo Carlo Barrocco



CONFRONTO
Não sei de onde partiu o tiro; percebi apenas um conflito à esquina e os giros rubros das luzes de uma viatura.  Três dias no hospital e ainda não acordei...

O DIA DA CAÇA
Esperava a caça encostado à ucuubeira. Cinco da tarde; mata fechada. Não percebeu uma onça-macho se aproximando. Ouviu o urro. Não deu tempo de detonar a arma.

GARIMPO
Entre a ganga uma pepita do tamanho de um caroço de jaca. Escondeu a pedra. No outro dia, certamente iriam descobrir tudo. Nessa noite quase não dormiu inquieto com o reluzente achado no bolso da calça.

UM POEMA DE JOSÉ INÁCIO VIEIRA DE MELO


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

PÉROLAS DE CARANANDUBA - CANTO Nº 2

 Enzo Carlo Barrocco


FUTURO
Nasce daqui a esperança
que no futuro verás,
muita luz e muita paz
no choro de uma criança.

INÓPIA
Segue o dia, muito embora,
eu saiba, a fome me espia,
no mais, a melancolia
no adiantado da hora.

TEMPO E SOBRADO
Ergue-se o tempo nublado
sobre o lombo azul do dia,
outra vez melancolia
pelos desvãos dos sobrados.

LUZ-FERIDA
O teu sexo, flor que ouso,
é uma lua bipartida,
rosa estranha, luz-ferida
onde desfruto e repouso.

NAVEGADOR
Procuro (dor de verdade)
no meu lindo barco à vela
os lábios perdidos dela.
num mar de plena saudade.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

O SOBRADO DOS GUIMARÃES


Enzo Carlo Barrocco







A luz da manhã

invade as janelas do velho sobrado;

antigas almas

nos corredores, nas escadas, nos alpendres

e na fértil  imaginação dos  supersticiosos.



O prédio descuidado

não ostenta a sobriedade do passado.

Quem poderá devolvê-la?

Embora a claridade,

sombras diversas se instalam nos cômodos. 

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...