terça-feira, 13 de setembro de 2011

CONFISSÃO


Enzo Carlo Barrocco



Sou poeta, desses que se escondem,
cercado de porções, provetas, alfarrábios;

a todo instante o tempo vai tecendo
cada um dos sulcos dos meus lábios.

Eis que trago em cada movimento  

um cântaro enchido de ofertório.
Sou poeta, amigo, sou poeta,

desses poetas de laboratório.

Porém, meu supercílio esquerdo  

é testemunha dessas inventices;
as fórmulas estão engavetadas

não acreditem em nada do que eu disse...

meu verso recém-feito se espreguiça 

nas minhas longas mãos ensangüentadas.

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