segunda-feira, 25 de abril de 2011

2ª TRÍADE DE MINICONTOS

Enzo Carlo Barrocco


BEBEU O JUÍZO

Trançando as pernas caiu inconsciente à vala da ruazinha pobre. Pescoços espichados de alguns; uma chuva miúda começara há pouco.


MAIS PERDIDO QUE ...

A família mudava de um bairro a outro. Na curva que dá à ponte Pilar de Deus, o pequeno vira-lata escorregou por um buraco da carroçaria. Ninguém percebeu. O cão, um tanto machucado, se viu surpreendido e atônito.

 
7º ANDAR

Sorriu-me com todos os dentes a nova vizinha do 703. Afastou-me até de pensamentos melancólicos referentes dívidas. Após três dias eu é que     já afastava sua calcinha para o lado.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

CHARLIE PARKER E A MÚSICA NO JIRAU


Título: Bird of Paradise
Intérprete: Charlie Parker
Gravadora: Del Prado, 1996)

Charlie Parker (1920-1954) é reconhecidamente um dos maiores representantes do jazz e, aqui em “Bird of  Paradise”, seu talento está mais latente ainda. Este CD faz parte de uma coleção que a Ediciones del Prado, da Espanha, nos presenteia. São 14 sensacionais faixas nas quais Os Dizzy Gillespie Sextet, Red Norvo and Select Sextet, juntamente com outros grupos formados por Parker nos fazem emocionar. Destaque para as faixas Congo Blues (R. Norvo), Koko (Parker), Cherrs (H. McGhee), Stupendous (H. McGhee), Cherryl (Parker), Bir of Paradise (Parker) My Old (A. Johnston / S. Coslow). Para quem é apaixonado por jazz e tem bom gosto este CD é um verdadeiro achado. 


quinta-feira, 7 de abril de 2011

SIMONE DE BEAUVOIR NO DIÁRIO DOS PENSADORES



"É na arte que  homem se ultrapassa definitivamente".



- Simone de Beauvoir (Paris 1908 - Idem 1986) novelista, romancista, ensaísta e filósofa francesa

terça-feira, 5 de abril de 2011

1ª TRÍADE DE MINICONTOS

Enzo Carlo Barrocco


DESESPERO

Não havia recebido o dinheiro prometido pelo antigo patrão que deu lá a sua desculpa. À parada, atarantado, tomou o ônibus para o itinerário errado....


UM DIA DA CAÇA...

Naquele dia não havia almoço; saiu à caça de animais silvestres com a sua espingarda antiga. Voltou exatamente às doze. À porta da casa, dez olhinhos e dois olhos maiores não vislumbraram nada.


URINA E GRETA

Uma ponta de lua vigiava a noite. Lucinete acocorada entre a cerca e a touceira de capim-limão inundava o escuro de urina e greta.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

CÁLICE DE RÍVOLO


Enzo Carlo Barrocco


No próximo século já serei um anjo,
desses anjos grenás que às madrugadas
fazem companhia aos cães e às neblinas.

E em alguns anos estarei translúcido
de luz e de silêncio, total silêncio
e que teus olhos mortais não me alcancem.

Porquanto, nesse século de mortes,
da minha, da tua, nossas mortes,
aproveitarei meu cálice de Rívolo.

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...