segunda-feira, 13 de julho de 2009

A FENDA


Miniconto

Enzo Carlo Barrocco




Antônio reparou quando a viúva Costa, furtivamente, entrou nos aposentos do padre Bruno. Será que o padre estava lá? Lembrou da fenda no forro de madeira que dava para o quarto do pároco. Ah, não! – pensou – vou ver o que ela foi fazer lá! O sacristão subiu pela escada da sala e foi para o quarto da fenda, justamente sobre o cômodo do pároco. Antônio achou a cena grotesca. A viúva, sentado em uma das pernas do padre, o beijava desesperadamente. Um segundo à frente o padre abriu a batina e pôs o seu sexo à mostra. A viúva o agarrou delicadamente, acariciando-o, ao mesmo tempo em que entreabria a perna colocando o seu sexo também à mostra, já que, naquele momento, não usava calcinha. Antônio não suportou ver o resto da cena. Impossível imaginar o respeitabilíssimo padre Bruno naquela situação. Antônio, nessa mesma tarde, pediu dispensa da função.



Nenhum comentário:

ALVARENGA PEIXOTO: O POETA INCONFIDENTE

Inácio José Alvarenga Peixoto, poeta fluminense (Rio de Janeiro 1744 – Ambaca, Angola 1793), estudou no Colégio dos Jesuítas no Rio de Janei...