segunda-feira, 27 de agosto de 2007

JIRAU DI/VERSO nº 7

JIRAU DI/VERSO
Nº 07 – setembro.2006
por Enzo Carlo Barrocco
A poesia goiana de Gabriel Nascente
O POEMA

MOVIMENTOS DE UMA TARDE

A tarde se debruça sobre os ombros da cadeira.
Andorinha faz xixi no muro, ninguém aplaude.
o céu empurra seu quinhão de nuvens
para o sossego das varandas.

É caseiro esse fim de domingo
no olhar do povo, no perfil das árvores.

Maçã-de-amor, picolés, perfumes vagabundos:
o povo passeia livre dos onívoros da pátria.

E na varanda a folhagem (suprema lembrança
do verde) está suspensa:
será que o céu
lhe dá socorro?

Barão, o querençoso cão de casa,
entrevou-se na velhice e chora
como alguém de costas para a vida.


O POETA

Gabriel José Nascente, poeta, novelista, romancista e jornalista, goiano da capital, no convés da fragata desde 1950, é autor de quase trinta livros principalmente de poesias. Nascente se mostra um poeta autêntico e seus textos dão a verdadeira dimensão do ofício da palavra. Menotti Del Picchia (São Paulo 1892 – Idem 1988), poeta da melhor estirpe, se rendeu à magnífica poesia deste poeta de Goiânia.
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ESTANTE DE ACRÍLICO
Livros Sugestionáveis

“O Primeiro Beijo e Outros Contos”.
Autora: Clarice Lispector
Edição: Editora Ática.
São doze contos laboriosamente escritos, numa explanação clara e limpa. Cada conto é um poema em prosa. Surpreendentes, inventivos e com imagens belíssimas.

“Brasão de Barro” (poesias)
Autor: Antônio Juraci Siqueira
Edição do Autor
A facilidade que tem de falar da Amazônia faz de Juraci um dos melhores poetas paraense da atualidade. Em Brasão de Barro se observa a linguagem puramente regional.

“Escolha Seu Sonho” (crônicas)
Autora: Cecília Meireles
Edição: Record
Cecília é, inegavelmente, uma de nossas maiores autoras e, aqui, põe toda a sua sensibilidade a serviço da arte de escrever. Uma aula de como observar poeticamente a vida.
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A FRASE DI/VERSA
O número dos que nos invejam confirmam nossa capacidade.
- Oscar Wilde (Dublin 1854 – Paris 1900) poeta, contista e dramaturgo irlandês.

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DA LAVRA MINHA





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