terça-feira, 5 de junho de 2007

JIRAU DI/VERSO N° 3

JIRAU DI/VERSO
Nº 03 – Maio.2006
por Enzo Carlo Barrocco

A Poesia Acreana de Jorge Tufic

O POEMA

Voragem

Rostos que nunca vi, jacintos murchos
cujas sonatas frias me tocaram,
estes rostos não quero: eles são breves
no desfile das pálpebras cerradas.

Penso naqueles outros, familiares
rostos de toda vida. Cata-ventos
da rua ainda sem nome, alagadiço
porão da infância, arpejos e trigais,

dai-me a ver novamente ou mesmo em sonho,
estes semblantes nunca repetidos,
graves alguns, mas todos inseridos

na memória dos dias voluntários.
Cemitério, talvez, dessas lembranças,
todas, em mim, são rosas e crianças.


O POETA

Jorge Tufic, poeta, cronista, ensaísta e jornalista, acreano de Sena Madureira, no convés da fragata desde 1930, é um vigoroso poeta amazônico, que camba o seu discurso poético para o universo regional. Os anseios do homem amazônico dão cores a sua vibrante poesia. A partir do início da década de 90, fixou-se em Fortaleza – CE, dedicando-se exclusivamente à literatura. Sua estréia literária aconteceu em 1956, com a publicação de Varanda de Pássaros.

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Estante de Acrílico
Livros Sugestionáveis

Noites Brancas” (Novela)
Autor: Fiódor Dostoievski
Edição: Editora América do Sul Ltd.
O amor não correspondido entre um homem solitário e uma mulher apaixonada por outro homem. Uma história trivial, mas sob a perspectiva de Dostoievski ganha refino e sofisticação.

“Paris é uma Festa ” (Romance)
Autor: Ernest Hermingway
Edição: Editora Civilização Brasileira S.A.
A Paris entre os anos de 1921 e 1926, retratada sob o olhar aguçado de Hermingway. “Paris é uma Festa” é uma de suas obras menos conhecidas, no entanto, não menos interessante.

“Obras completas” (Poesias)
Autor: Rodrigues Pinajé
Edição: Cultural/Cejup
O Príncipe dos Poetas Paraenses e toda a sua obra reunida nesta antologia poética. Pinajé foi, e continua sendo, um dos nossos grandes poetas e merece toda e qualquer homenagem que possamos lhe prestar.

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A FRASE DI/VERSA

”Uma coletânea de pensamentos é uma farmácia moral onde se encontram remédios para todos os males”.
- François Marie Arouet, o Voltaire (Paris 1694 – Idem 1778) contista, romancista, dramaturgo e filósofo francês

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DA LAVRA MINHA

GEOMETRIA

Enzo Carlo Barrocco

Pouca luz
assoma a tua sombra
em mim.
A mão, lua-mão,
encontra a minha mão.
No mais, amor,
desejo a sombra que a pouca luz assoma.

Nem ouso o sensual
já que teu sorriso é geométrico e fatal.

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